27 de abr. de 2012

Foi mal!!!

Gente, que semana corriiiida!!! Nem tive tempo de pensar em postar!!!! Tive que fazer declaração do IR... afff e trabalhar, é lógico! Semana que vem posto novamente! Beijos e bom feriado!!!!

26 de abr. de 2012

Fotos fofas 4 - Antes e Depois 3

É hora do banho!!!



 Beatriz no balde, quaaase dormindo!
 


Carol no balde, tranquilinha...


As duas na banheira inflável, só na bagunça!

25 de abr. de 2012

O amor por uma Beatriz

Não vou falar da minha Beatriz não. Na verdade eu só encontrei a reportagem que vou transcrever porque o título é "Não mudaria nada em Beatriz" e a curiosidade falou mais alto... Enfim, me emocionei com esse pai, que também é senador da República. Vale a pena ler.

O jeito expansivo lembra o líder estudantil dos cara-pintada, os jovens que saíram às ruas pedindo o impeachment do presidente Fernando Collor em 1992. Mas quem fala agora é o senador e pai de família Lindbergh Farias (PT-RJ), 41 anos, casado há 17 com Maria Antonia, união que resultou em Luiz (15) e Beatriz (1 ano e 2 meses). “A gente já pensa em outro filho, e só de pensar o clima fica maravilhoso”, diz Lindbergh, rindo, gesticulando, animado.

Beatriz nasceu em junho de 2010, pouco antes do início da campanha eleitoral que faria de Lindbergh o senador mais votado do Rio de Janeiro, com 4,2 milhões de votos. Beatriz, pequena demais, apareceu no colo do pai, ao lado do irmão e da mãe, no momento “esta é minha família” da propaganda eleitoral na TV. Baixa o pano. Nada mais foi dito. O que ninguém viu, e nem todo mundo soube depois, é que Beatriz é diferente. Tem Síndrome de Down. Pai e mãe foram informados depois do parto. Descobriram o universo das pessoas com deficiência e suas necessidades especiais. Entraram de cabeça nele. “Eu já abracei muitas causas na minha vida, mas esta causa me abraçou”, diz Lindbergh.

A probabilidade de nascer um bebê com Síndrome de Down é de um para 600 nascidos vivos. A chance aumenta com a idade dos pais, mas pode acontecer em qualquer família, em gestações de mulheres de qualquer idade e raça. A Síndrome de Down é um acidente genético. Todo ser humano tem 23 pares de cromossomos. O portador da Síndrome tem um cromossomo a mais ligado ao par 21. “Não existem graus de Síndrome de Down e as diferenças de desenvolvimento decorrem de fatores individuais, como carga genética, educação e meio ambiente”, diz o texto explicativo do site Fundação Síndrome de Down, uma boa referência para quem quer saber mais sobre o tema. As crianças com a Síndrome apresentam atrasos no desenvolvimento motor e na fala.

A filha de Lindbergh está com 1 ano e 2 meses. Fica de pé e ensaia os primeiros passos. O senador saca o celular e mostra o vídeo da neném. Aparece uma menininha de cabelos lisinhos, franja e perninha grossa se apoiando numa cadeira. Depois de uns instantes, ele cai sentadinha. Sem tirar os olhos da telinha, ele me pergunta:“Não é uma gostosa? Olha, é uma paixão en-lou-que-ce-do-ra. Ela sai do colo de qualquer um para o meu. Até da mãe! É um prestígio!!”.

Dia desses, num avião ao lado da presidente Dilma Rousseff, Lindbergh fez a mesma coisa. Mostrou fotos de Beatriz e viu fotos de Gabriel, o neto da presidente. “Você sabia que a presidente também conhece a Galinha Pintadinha!?”, diz, às gargalhadas, revelando o sotaque paraibano no “pintadinha”. “A gente com filhos vive num mundo paralelo. Eu quero sair na rua com Beatriz atrás dos cachorros. Conheço todos da vizinhança, tem o Luigi…tem o…”, diz, se divertindo com a própria história. “Tem coisa mais simples e feliz do que isso?”

A entrevista é interrompida porque há novidades no Plenário, um assessor avisa. É quarta-feira, dia que quase tudo acontece no Congresso. O senador pede licença. Precisa votar, mas promete retornar ao gabinete. Está disposto a falar mais da família. Lindbergh é daqueles que atribuem aos filhos o dom de tornar os pais pessoas melhores, “mais sensíveis”. Faz troça de si mesmo. Desanda a contar cenas domésticas corriqueiras.

“Noite dessas, eu estava tomando cerveja com um grande amigo, falávamos de família e tal. Lá pelas tantas eu viro para ele, já quase com um certo ar de superioridade, e tasco um ‘mas sua filha é normaaaal!’, diz, elevando o tom de voz, antes de rir de si mesmo com a onda que tirou. “É que Beatriz é maravilhosa”.
Lindbergh volta do Plenário, como prometido. A conversa segue. Sobre as dificuldades de lidar com uma criança especial, ele para pra pensar e diz o seguinte: “Eu sou tão feliz com ela. Ela é tão maravilhosa. Eu não queria um detalhe diferente em Beatriz”. E, para deixar claro que não está encarando tudo como um problemão, revela que sua maior preocupação são os outros.

O inferno são os outros

“Tem deficiências e deficiências”, diz Lindbergh, propositadamente evitando  enveredar pelas dificuldades maiores que muitas famílias enfrentam, conforme revelam esses dois posts antigos aqui do blog. “O Down tem muitas alegrias, grandes conquistas. Às vezes, os de fora olham de um jeito que não é o mesmo jeito de quem vive de perto. Você fica preocupado com o preconceito, claro. Vai ter a escola…Como vai ser na escola? A gente não quer que nosso filho sofra”, diz, sério, pensativo. “Mas vai rolar, ela vai ter que enfrentar, e nós também”.

Lindbergh parece lembrar de algo mais, antes de mudarmos de assunto. “No início, é sempre mais difícil. Teve uma coisa que um geneticista me disse…”. Ele se cala de repente. “Ele disse assim ’ninguém vai chamar tua filha para dançar’”. A voz faltou em algum trecho da frase. Com os olhos vermelhos e marejados, ele tenta prosseguir. “Eu desabei…eu desabei. Como assim ninguém vai chamar minha filha para dançar!?” Num esforço para se recuperar da emoção, ensaia continuar. “Desculpe, é bobeira minha…”
Silêncio no gabinete.

Beatriz, como outras crianças com a Síndrome, irá conviver com iguais e diferentes. Perceberá com o tempo as próprias limitações e aprenderá a lidar com elas. Ela vai dançar sim, remenda o pai. “Vai ter a festa das crianças e dos adolescentes como ela, vai ter festa com outros. Ela vai dançar. Vai freqüentar esses dois grupos. Maria Antonia diz que ela será independente, que vai morar sozinha!!”, diz Lindbergh, com o sorriso fácil de novo no rosto.

Um dos mais graves erros de conduta com as pessoas Down, num passado não muito distante, era encará-las como doentes. A Síndrome de Down não é doença, mas muita gente não sabe disso. Por ser uma alteração genética, não tem cura. Hoje, o grande equívoco é infantilizar essas pessoas. Tratá-las eternamente como crianças, alertam os especialistas, o que só faz reduzir suas potencialidades. Essas crianças podem e devem estudar. Quando adultos, terão direito ao trabalho e poderão ter um relacionamento afetivo e vida sexual. Precisam, portanto, de educação e informação.
Como presidente da subcomissão permanente de Assuntos Sociais da Pessoas com Deficiência, Lindbergh decidiu buscar soluções para entraves corriqueiros e sérios na vida dos brasileiros necessitados de assistência especial. Em vez de brigar por uma lei e enveredar por complicadas negociações, ele resolveu bater na porta do Palácio do Planalto e convidar a presidente Dilma a comprar a briga. “Muita coisa pode ser resolvida com  decretos presidenciais, portarias ministeriais e outros atos legais menos complicados”, disse.

No mesmo dia em que tomou posse na Casa  Civil, a ministra Gleisi Hoffman chamou o senador para conversar. Foi encarregada pela presidente da República de tomar conta do assunto.Voaram ofícios do senador para a presidência, e para 11 ministérios. Seguiram-se reuniões e negociações. Esse trabalho-formiga está dando forma a um grande programa a ser anunciado por Dilma Rousseff no dia 21 de setembro. Trata-se de um conjunto de ações que vão da obrigação de incluir o diagnóstico precoce de autismo e Síndrome de Down no protocolo médico de atendimento aos recém-nascidos até a criação de um regime especial de aposentadoria para os trabalhadores com Down. A expectativa de vida dessas pessoas gira em torno de 43 anos. Não faz sentido exigir delas 30 anos de contribuição com o INSS como os demais, para ter o mesmo direito à aposentadoria.

Outras histórias

Políticos são procurados por pessoas em busca de soluções para os problemas mais diversos. Foi assim que Lindbergh conheceu Fausto, um rapaz carioca autista que havia sido aprovado na prova de habilidade específica de Música para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas foi reprovado no Enem. Fausto estava frequentando as aulas como ouvinte, até uma reunião entre o reitor, Lindbergh e os pais do candidato a aluno. Agora, ele estuda oficialmente e poderá se formar. “Olha que sensacional. A gente fica aqui no Congresso pensando em grandes projetos, e de repente tem essas pequenas vitórias que fazem toda a diferença na nossa vida”. O mais engraçado, conta Lindbergh, foi a sinceridade do rapaz. “No primeiro encontro ele foi logo me avisando ‘ó, não votei em você não. Votei no Cesar Maia!”.

No último domingo, o senador Lindbergh Farias embarcou para Nova York. Com a deputada federal Rosinha da Adefal (PTdoB/AL), uma das cadeirantes eleitas em 2010, ele integra a delegação brasileira da Conferência dos Direitos da Pessoa com Deficiência, das Nações Unidas.

Dados preliminares do Censo 2010 indicam que o contingente de brasileiros com deficiência aumentou em pelo menos 3 milhões de pessoas, estatística inflada cada vez mais por vítimas de acidentes de trânsito. Se esse dado se confirmar, há 28 milhões de brasileiros convivendo com deficiências. O maior problema desse grupo não são as próprias limitações, mas a falta de estrutura no país para exercerem a própria autonomia.

As nossas diferenças fazem do mundo um lugar mais interessante.

24 de abr. de 2012

Vamos organizar?

Olá, olá! Bem, de um dia para o outro fica difícil ter suuuper novidades... acho que vou definir dias específicos para dar notícias das pecurruchas. Segunda e sexta-feira. E nos outros dias vou postar fotos fofinhas das meninas, que aposto que todo mundo gosta, eu e vocês. E também vou colocando coisas interessantes sobre gêmeos, mais na verdade para eu não esquecer de detalhes gostosos de bebezinhos, tipo chá de bebê e enxoval... rssss Assim vou me lembrando (e não me esquecendo) de como tudo isso aconteceu com as meninas.


Elas amam comer as letras desse tapete...

23 de abr. de 2012

Fotos fofas 3 - Antes e Depois 2


Meninas com 3 meses e carequinhas
 

Meninas com 9 meses e ruivinhas

Notícias Múltiplas 3 - Nosso fim de semana


Olá pessoas!

O fim de semana foi bem gostoso, fomos sexta-feira em um churrasco, sábado a mamãe passeou no shopping com as amoras e a avó, fomos pegar o pai no trabalho e aproveitamos para fazer uma visitinha na casa dos bisavós. Domingo elas ficaram com a outra avó para os pais fazerem concurso e como a avó adora as meninas, ela aproveitou para ficar com elas de noite também. Sério, que maravilha dormir a noite inteira!

Comentários:

Eu continuo achando engraçado as pessoas se surpreenderem com o fato das meninas dormirem no barulho. No churrasco a sonzeira rolando solta, todo mundo conversando, deu 21h que é o horário delas capotarem em casa, a Beatriz mamou e dormiu. A Carol relutou um pouquinho, nessas situações ela sempre se empolga e quer aproveitar ao máximo... mas 21:30h já estava no mundo dos sonhos também. E ficamos lá mais um bom tempo, com elas mimindo nos carrinhos. Quer coisa melhor do que poder sair, se divertir, sem criança irritada? É por isso que eu não entendo quem cria nenenzinho no silêncio e escuro absolutos. É um enorme de um tiro no pé, você acaba na dependência da rotina do bebê. Eu ouvi uma frase nesse fim de semana, que é mais ou menos como pensamos: “É o bebê está entrando na família e na rotina, não os pais que estao entrando na vida do bebê.” Valeu muito a pena dormir os primeiros meses com a TV e a luz ligadas. Bem, até hoje né? É mais fácil de achar elas com uma luzinha acesa.

No sábado no shopping foi aquela coisa chata de todo mundo falando “Ai que lindo! Gêmeos!”. É que depois de um ano já deu. Eu só queria passear com minhas meninas em paz, como os outros pais. Pelo menos ninguém parou a gente, tudo bem que eu nem olho para os lados e não dou chance, porque se você der um sorrisinho simpático já se sentem no direito de perguntar tudo. Ok, dentro de uma loja umas duas mulheres vieram conversar, mas eu estava de bobeira mesmo, aí sem tantos problemas.
Agora, o que eu não acreditei na minha falta de capacidade foi que eu achei que tinha prendido a Bê no cinto do carrinho, mas não devo ter fechado direito. Resultado: a menina não me escorrega e vai para o chão? Que dor que eu senti no meu coração de ter feito essa cagada. Porque não tem definição melhor do que cagada mesmo. Como é que eu não tive essa atenção? Pelo menos ela caiu em pézinho, peguei ela ajoelhada e chorandinho, mas de susto, foi só pegar e abraçar que ela parou de chorar. Menos mal, né? E serve para eu aprender a conferir direito o carrinho....
E o que me deixou bem chateada, no fim, foi que na saída do shopping eu fui lá, paguei, demorou para irmos até o andar do estacionamento, porque tivemos que ir em dois elevadores, porque não cabiam os dois, desmontei os carrinhos e encaixei no porta-malas, tudo pronto, certo? Não, a Carol encheu a fralda e tive que trocar ela, no carro mesmo, para não demorar. Resultado, quando coloquei o cartão na leitora ela acusou que eu não tinha pago. Quando conversei com o rapaz, dizendo que eu tinha dois bebês e um fez cocô e eu tive que trocar ele falou com alguém e me confirmou que eu teria que pagar de novo. Sério, não são os R$ 3,00 que eu teria que pagar. Eu teria que tirar as duas do carro, ir pagar, voltar, colocar as duas no carro, sabe deus se aconteceria outro imprevisto... E eu já tinha pago R$ 7,00. Parei do lado e pedi para falar com o supervisor. Expliquei de novo e ele depois de muito pensar, liberou. Até porque se não liberasse eu iria no Procon, primeiro porque eu já tinha pago, segundo porque no comprovante não tinha tempo máximo de permanência, terceiro porque eu não posso pagar exatamente no momento em que estou saindo, tenho que pagar antes. O certo seria como em muito estacionamento por aí, pagar na hora da efetiva saída. Enfim, deu tudo certo, é só desabafo mesmo.

E já fazia quase dois meses que não íamos ver os bivós... correria é chato. Mas foi bem gostoso, as duas engatinhando para todos os lados e tentando a todo custo ir para a cozinha... rssss E o Téo brincando com elas foi uma delícia de ver também.


 Eu desafio qualquer um a pagar o estacionamento, se bater com o elevador, colocar os carrinhos dentro no porta-malas, trocar uma fralda e ainda conseguir chegar a tempo do tempo máximo!



Meninas com o biso, a bisa e a ti-vó Zélia



 Minha família favorita! Só a Carol não concordou em tirar essa foto... rssss

20 de abr. de 2012

Notícias Múltiplas 2

Oi!!! Vamos às notícias das meninas? Vai ser menos do que da última vez. Acho.

Hoje à noite tive a impressão da Bê estar com febre, até me deu aflição. De novo?! Mas foi alarme falso. Ou a febrinha diminuiu, não sei. Estava com tanto sono que ao invés de medir a temperatura dela, dormi e sonhei que estava medindo... rssss

E por falar em Beatriz, hoje de manhã ela, abraçadinha com o pai para dormir, começou a dar beijinhos na própria mão. Que coisa fofinha que foi ver...

E a Carol só quer saber de abraçar! É só dizer 'ai, que abraço gostoso!' que ela dá uma abração! E se eu dou um bichinho de pelúcia e falo do abraço, ela dá um sorriso delicioso e abraaaaça o bichinho! E rola com o bichinho... uma delícia!

Não contei da última vez. A Carol esses dias dormiu sozinha. Sozinha, sozinha. Ela mamou, pediu para ir para o colchão e ficou de bobeira com um brinquedinho. E para a minha surpresa, dormiu!

Ai ai... por falar em precisar de mim para dormir... como é que eu vou desmamar essa bichinha? Nem tanto por ela, ou pelo meu sono quebrado, até porque a Beatriz acorda para mamar a mamadeira também. É que eu notei que a Beatriz anda com ciúmes da Carol quando ela vem mamar e começa a chorar um choro sentiiido, de cortar o coração. E aquela menininha independente, que sempre gostou de dormir sozinha agora só dorme se a mãe deita do lado e fica dando beijinhos. Parece que ela realmente fica magoada, como que não recebendo o mesmo carinho... eu não sei o que ela entende quando pego a Carol, mas acredito que a Bê está começando a achar que a mãe só quer a Carol e não ela... Ontem eu cheguei a oferecer o peito para ela, mas na terceira mordida eu tirei. Gente, que choro magoado! Como quem não entende porque ela também não pode ficar mordendo o peito da mãe...



Hoje então eu deixo um beijinho da Beatriz e um abraço da Carol!








Fotos Fofas 2 - Antes e Depois


Carol com 1 dia


Carol com 9 meses


Beatriz com 1 dia



Beatriz com 9 meses

19 de abr. de 2012

Fotos fofas

 
Beatriz


                                                                                                                                                Carol

Notícias múltiplas


Olá! Vamos às novidades da semana? Newsletter praticamente... hahahha


As meninas estão numa ciumeira só. Não posso pegar uma no colo que a outra vem voando de onde estiver para pedir colo também... Esses dias até me irritei... as duas queriam ficar me lambendo, mas não queriam que a outra me lambesse. Então estavam as duas em cima de mim, gritando e me lambendo... Na hora que eu falei 'chega!' e coloquei as duas sentadas na minha frente o Marcelo virou para mim e perguntou 'carinho demais Ro?'. É, carinho demais sufoca! rssss

Tá, mas é uma delícia ver aqueles olhinhos brilhando para mim e ouvir 'mamamama'... O Marcelo que está 'chateado' porque as meninas não querem nem saber dele... rsss mas é fase né? E outra, quando ele está com elas as meninas ficam o tempo todo chamando ele: 'mamamama'... A gente chegou à conclusão que mamãe, papai, mamá e papá para elas é 'mamamama'...

Aliás, a Carol esses dias viu a mamadeira e falou 'ma-ma' e continuou brincando. Tipo uma constatação de que o pai estava trazendo a mamadeira da Bê.

E a Bê já segura a mamadeira sozinha. Linda demais! E quando acaba taca a mamadeira longe! rsss Ainda bem que a mamadeira é de plástico. Bem, a Clarinha (prima) esses dias conseguiu quebrar a mamadeira de vidro dela. No consultório do pediatra. Foi só a Ro falar 'filha, só não joga a mamadeira no chão' que ela tacou com tudo... ahhahahaha uma fofa!

Hoje de manhã a Bê aprendeu a dar beijo na gente. Já faz tempo que eu fico em cima dela falando 'não morde! Dá beijo!' e tasco um beijo nela. Porque o bicho mordedor é brabo. E hoje eu pedi um beijinho e ela chegou no meu rosto e 'uá'... depois deu no pai também!

Falando em bicho mordedor... que pena que eu tenho da Carol nessa história toda! Na segunda-feira a Bê tascou duas mordidas na Ól, uma chegou a sangrar. Ainda bem que era o Marcelo que estava junto, porque senão eu ia chorar junto...

Elas não tem brincado de pega-pega e esconde-esconde nessa semana... e eu a-m-o ver elas brincando juntas, é a coisa mais deliciosa do mundo! Aliás, ontem as duas grudadas no colo da mãe, a Carol se jogou em mim fazendo 'grrrrr' e eu caí na gargalhada! No ato as duas começaram a gargalhar também! Rssss Faziam dias que elas não riam tão gostoso juntas.

De novidade essa semana acho que é isso. Ah, elas aprenderam 'pintinho amarelinho' na escola, eu comecei a cantar para elas e elas começaram a fazer o gestual... que coisa mais linda! As duas são lindas demais! rssss

17 de abr. de 2012

Xii... São iguais! ou... De como diferenciar gêmeos idênticos?


Uma coisa que hoje para mim já não faz sentido, mas que me preocupou muito foi “como é que eu vou saber quem é quem?” Explico.

As meninas tinham cada uma seu saco amniótico e sua placenta. Os desavisados de plantão imediatamente falam “ah! são diferentes!” e sempre que eu falo que não necessariamente me olham com aquela cara de 'oh, inocente e bobinha', claro que eu faço a mesma cara no retorno. O engano está no fato de que até 30% dos gêmeos monozigóticos (os idênticos) não dividem a mesma placenta, porque o zigoto se dividiu até o 3º dia após a fecundação. E por sua vez, muitos dos 'idênticos' na verdade são dizigóticos, o que acontece é que as placentas estavam próximas demais e acabaram se fundindo. O que gera situações engraçadas, como eu já ouvi uma mulher dizendo que tinha um irmão gêmeo idêntico, porque eles dividiam a mesma placenta. Desde quando um homem e uma mulher são idênticos????? Ou eles tinham placentas diferentes que se fundiram ou eles são monozigóticos e aconteceu algum erro na meiose e um ficou com fenótipo feminino e o outro com fenótipo masculino e o que eu li até hoje é que a segunda opção não é bacana, só vi relacionada a anomalias. E tá na cara que eles não são iguais. Um é barbado e o outro tem seios, oras.

By the way, eu também não sabia que monozigóticos poderiam ter placentas separadas, descobri isso com a médica do ultrassom. Quando ela me disse que haviam duas placentas eu emendei na hora, são diferentes então! E ela me corrigiu no mesmo momento, 'não, não, podem ser idênticos, vamos procurar a sua ovulação'. E lá estava apenas um corpo lúteo, que aparentemente indica que os bebês podem ser iguais, porque deu origem a um único óvulo. Mas poderia ser que um corpo lúteo estivesse em cima do outro. E mesmo que dois óvulos tivessem sido liberados, um poderia ter 'vingado' e se dividido em dois e outro poderia ter se perdido. Enfim, ela me explicou que se fossem do mesmo sexo só daria para saber se eram mono ou dizigóticos quando nascessem. E vieram duas menininhas! E ficamos nesse suspense danado, e gostoso, diga-se. Tem coisa melhor do que surpresa? Para mim só se a surpresa for chocolate.

E nesse suspense fiquei matutando como é que afinal de contas se diferencia gêmeos monozigóticos? Aí eu fui descobrindo n maneiras de diferenciar gêmeos idênticos... algumas bem óbvias, outras nem tanto, algumas que eu considero perigosas.

Para meninas algo meio óbvio é colocar brincos diferentes. Porque eu rejeitei isso? Primeiro por causa do risco de infecção, tem até mesmo alguns hospitais que não permitem essa prática, por ser muito arriscado. Segundo porque dói. A maioria das pessoas fala, mas é um bebezinho, não sente dor. Qualquer mãe que tenha acompanhado o teste do pezinho e visto aquela carinha fofa ficando roxa e se contorcendo de dor sabe muito bem que bebês recém-nascidos sentem dor. E eu considero isso crueldade, fazer alguém sentir dor só para ficar bonito? Afff. Terceiro e não menos importante, porque eu sou alérgica a metais e elas como minhas filhas tem chance de também ter. E lá vem um monte de gente me falar que elas não necessariamente vão ter e que isso não é desculpa. Bem, eu decidi não arriscar. Nunca me perdoaria se algo acontecesse a elas por causa de um capricho meu.

Tanto para meninos e meninas, é usar uma pulseirinha de ouro com nome do bebê. Quer coisa mais prática que só pegar o punho no neném? Mas eu não gosto, sei lá, acho feio bebê cheio de badulaques e tenho a impressão que o quadradinho onde se escreve o nominho pode machucar. Uma opção é usar pulserinhas de materiais diferentes, um de ouro amarelo e outro de ouro branco, por exemplo. Mas para mim ainda fica a questão da alergia a metais, não seria tão agressiva quanto com o brinquinho, mas ainda é um risco.

A opção que eu havia pensado em usar era passar esmalte de cores diferentes no dedão do pé. Algo como uma de rosa e a outra de vermelho. E sei que vários pais usaram essa. Já me perguntei e já me perguntaram se esmalte não pode causar alergia. Boa pergunta, não sei. Acho que é como o brinquinho e a pulseirinha, só testando mesmo. O inconveniente de usar no pé é se estiver frio. E lá vai você descascar o bebê até chegar no pé.

Usar roupas de cores diferentes também é uma alternativa. E não causa dor. Nem alergia. Mas isso vai de encontro ao que muitos pais acham fofinho, que é vestir gêmeos de par de vaso. Tá, eu também acho fofinho, de vez em quando. Dizer que eu nunca vesti elas iguais e que não me diverti com isso é mentira, mas não é para mim nenhum esforço usar duas roupas fofas e diferentes nas minhas bonequinhas. Confesso que logisticamente é mais fácil pegar 2 bodies, 2 calças e 2 casacos, do que um body, um culote, um casaco, uma camiseta, uma calça e uma blusa. Realmente é mais prático, economiza tempo. Mas vestir igual não dificulta só para a gente, fica principalmente difícil para os outros saberem quem é quem. E atrapalha o processo de individualização dos gêmeos, que já é mais trabalhoso que o de únicos. Enfim, o que muitos pais fazem é definir cores para cada um dos múltiplos, rosa e branco para uma e lilás e azul para a outra. Verde para um, azul para o segundo e marrom para o terceiro. Ajuda bastante no começo quando a gente ainda vê aquele monte de bochechas e não sabe ainda de quem é. Depois que você decora dá para dispensar as cores específicas. Até porque quem disse que a menina do lilás não gosta de cor-de-rosa?

Um pouco mais sutil e que dá para usar com meninas é colocar acessórios de cores diferentes em cada uma. Laço lilás na G1 e laço rosa na G2...

Uma que eu queria usar também, mas não deu, é manter aquela pulserinha de plástico que as crianças ganham na hora em que nascem. Lá vem dizendo se é G1, G2, G3... é só você não esquecer quem é o G1.... Não pude usar porque a Bê foi para a UTIn e lá eles tiram a pulserinha. E todo santo dia tentavam tirar a minha também, mas por causa da Ól eu tinha que ficar com ela.

Outra opção similar a essa é amarrar uma fitinha de cetim de cores diferentes no punho de cada bebê. Quando você se acostumar com os rostinhos é só tirar.

A que eu usei (ufa) foi colocar fraldas de marcas diferentes. E dá para usar essa se você decidir usar roupinhas iguais. É só abaixar a calça e você já sabe quem é o bebê. Só não dá para deixar o estoque de fraldas acabar e misturar as fraldas. E deixar bem claro para quem vai te ajudar que o bebê 1 usa essa marca e o bebê 2 a outra. Eu decidi fazer essa porque as meninas tem tamanhos diferentes, a Carol é maiorzinha e sempre muda do tamanho de fraldas antes. E é meio difícil ficar comparando as fraldas toda troca para ver qual é a maior/menor. Mas resolvi mesmo fazer isso por causa das avós... o problema é que as duas sempre souberam quem era a Carol e quem era a Beatriz e as duas são meio desligadas, tipo a mãe aqui. E por mais que eu avisasse que no pote de plástico estavam as fraldas da Bê e no dispenser de madeira as da Carol, elas sempre trocavam. Usar as da Pampers na Carol e as da Turma da Mônica na Beatriz resolveu esse meu problema.

Deve haver mais jeitos, mas acho que o basicão é isso mesmo. E só para finalizar, quando foi que a gente descobriu que elas eram diferentes? Quando elas nasceram? Não. A curiosidade durou mais longos 17 dias. Que foi o tempo que a Bê ficou na UTIn. As duas eram loiras-carequinhas, tinham olhos verde-escuro, faziam biquinhos iguais e esticavam o pescocinho do mesmo jeito gostoso. Eu já desconfiava que elas eram dizigóticas, porque os dedinhos dos pés delas eram diferentes, que foi a única coisa que eu consegui definir sem comparar. A primeira coisa que eu fiz quando coloquei as duas lado a lado, depois de me emocionar, foi começar a virar as duas de todos os lados. Aí ficou bem claro que elas são diferentes. O formato dos olhos, do nariz, da boca, das orelhas, do rosto e da cabeça são sutilmente diferentes. As palmas das mãos são iguais. As marcas de nascença na nuca são diferentes. A Carol tem duas pintas na perna e uma nas costas. E agora os cabelinhos mostram tons diferentes de ruivo. Os cabelos da Beatriz são mais avermelhados e os da Carol são alaranjados. Mas a maioria das pessoas ainda define quem é quem ou pelo tamanho, a Bê é miudinha; pelo tamanho do cabelo, a Carol ainda é quase carequinha; ou decora quem está com qual roupa. E é uma delícia ter duas menininhas diferentes, são dois sorrisos, dois choros, duas manhas e dois jeitinhos gostosos para os pais se apaixonarem.
                                                                                                Primeira foto das irmãs juntinhas!!!

16 de abr. de 2012

Uhuuu!!! Gêmeos!!!!

Passei esse fim de semana matutando os vários assuntos que eu queria falar... tanta coisa aconteceu, tantos detalhes e tanta coisa realmente grande, que fica meio difícil decidir assunto por assunto. Maaaas, já que estamos começando vamos do começo, certo?

Fiquei me lembrando de quando a gente ainda desconfiava de que eram dois bebês. De todo o meu receio de não serem dois. Eu entrava nos sites sobre gravidez e via os links para mães de gêmeos e fingia que não via... não queria me empolgar vendo um monte de duplinhas fofas e de repente não ter a minha. Porque para mim era meio óbvio que eu teria dois bebês, mas eu não tinha certeza se meus ovários concordavam com isso... 

A família, principalmente a do Marcelo, se empolgou de um jeito indescritível. Afinal era a primeira gravidez da nova geração. Os netos mais velhos já começavam a passar dos 30 e nada de bebezinho ainda. E todo mundo comentava, 'bem que podiam ser dois, né Roberta?', já que o Marcelo é gêmeo e isso seria algo realmente legal. A minha família também comentava de vez em quando, mas eu já avisava que o caso do Ma só passa de mãe para filha ou de avó para neta (no caso de ser o pai), então por ele só saía um cachorro desse mato.

Lembro também de um dia na casa da minha madrasta, um almoço ou algo assim, em que eu estava conversando com a Karine (filha da Ione, minha madrasta) que também estava grávida. Ela já tinha descoberto que era só um bebê e contou como ficou nervosa com a possibilidade de serem dois, já que tanto na família dela quanto do marido tem. E eu abri meu coração e disse que também tinha esse receio, mas meu receio era meio diferente... rsss era mais vontade mesmo.

No dia do meu primeiro ultrassom fomos eu e o Ma, teve mais gente que quis ir, mas esse momento eu achava que era de nós dois. Nós fizemos sozinhos, íamos ver se estava tudo bem sozinhos. No caminho liguei para alguns amigos e comentei com a Bárbara que estava nervosa, será que estava tudo bem? será que eram dois? Bem, fizemos a ultra e eram dois! Acho que a notícia foi tão boa que eu não conseguia entender ainda a minha felicidade, chorei horrores na sala do exame e saí de lá meio 'flutuando', meio boba ainda. Não só eu, lógico, o Marcelo também. Os dois com um sorriso bobo e indisfarsável no rosto. 

O jeito era contar para todo mundo e espalhar aquela notícia maravilhosa. As primeiras foram as avós, claro. A mãe do Ma não conseguia falar, dava gritinhos... rsss e a minha perguntou se era verdade mesmo... e que eu devia ter perguntado se ela estava sentada, porque ela não estava... rssss Os próximos foram os avôs, o sogrão não lembro como foi, mas meu pai foi muito engraçado... vou transcrever a conversa, para ficar mais visual:

eu - Oi pai, pode falar?
avô - Posso, como foi o exame?
eu - Tudo bem, tenho uma novidade, são dois!
avô - Aé?!
eu - É pai, são dois!
avô- Aé?!
eu - É pai.
avô - Aé?!
eu - Pai, tudo bem?
avô - Aé?!
eu - Depois eu ligo, tá pai?
avô - Aé?!

A próxima foi a Rogéria (minha irmã, grávida também...) vou transcrever também, achei legal... rsss

eu - Oi Ro!
Ro - Oi Ro, como foi o exame? São dois então?
eu - Ué, você já falou com a mãe?
Ro - Ué, não...
eu - Hahahahah, são dois sim!
Ro - Aé?! Verdade? Eu tava brincando, você está brincando? rssss
eu - Não, são dois mesmo! Eu já contei pra mãe... achei que você tinha falado com ela...
Ro - Não falei não! Hahahah que legal!!! 

E depois a Ju (que só gritava, para variar... rsss), a Bárbara (que se divertiu horrores, por causa da conversa anterior), o Pedra (que já sabia, por causa da Ju...), as primas, bisavó (que já sabia, por causa do vô)....

Dizem que tem mulheres que surtam quando descobrem que são dois, é o choque dos gêmeos. Eu achei aquilo tão legal.... o que eu não sabia é que eu ia ter sim o choque dos gêmeos, mas elas já tinham mais de um mês! Demorou para cair a minha ficha da enrascada na qual eu tinha me enfiado.... O que foi muito bom na verdade, afinal eu passei a gravidez inteirinha suuuper feliz com a minha sorte de ter dois bebês!

Olha o barrigão aí!

Nessa foto eu estava de 35 semanas, elas nasceram de 35 e 5. Não gosto nem de imaginar até onde iria a barriga se fosse até as 38 semanas... rssss


13 de abr. de 2012

Agora a história e o começo de verdade

Há um tempo atrás publiquei a história das meninas em um blog que eu considero maravilhoso e que muito me ajudou a curar as minhas feridas. É lógico que muita coisa não vou conseguir esquecer. E, por outro lado, não quero. Tudo, tudinho que aconteceu, bom ou ruim, feliz ou triste, foi o que construiu a nossa história, tijolo por tijolo. Mas eu tive que resumir para poder publicar lá. E eu detesto resumir. E adoro falar um monte... É por isso que vou começar a contar agora a 'versão sem cortes do diretor'.

Bem, eu e o Marcelo estamos juntos desde 2008. Nos conhecemos no primeiro dia de trabalho, dos dois. Como o treinamento ainda não estava preparado colocaram o grupo novo para ficar conversando durante uma semana inteirinha, 8 horas por dia. Descobrimos uma infinidade de coisas em comum e acho que só não começamos antes porque tínhamos algumas coisinhas a resolver ainda. Mas a demora foi de menos de 1 mês... Sabem amor à primeira vista? Foi isso. O tempo foi passando, decidimos morar juntos e com 1 ano e 2 meses de namoro juntamos nossos corações embaixo do mesmo teto. E o papo de sermos pais era recorrente, demais. Sempre conversávamos sobre filhos, somos doidos por crianças. E sempre discutíamos sobre como seria a criação se tivéssemos gêmeos: nomes diferentes, nunca vestir com a mesma roupa, mesma sala na escola...

O assunto de gêmeos era meio natural para nós, o Marcelo tem um irmão gêmeo (o tio Dan) e, apesar de isso não significar nada, porque gêmeos dizigóticos como eles só veem da família da mãe, não poderia deixar de ser uma 'possibilidade' nas conversas. Além disso, eu sempre fui doida para ter gêmeos, ainda não sei explicar o porquê. Era uma coisa maior que eu, sempre que eu dormia e sonhava, sonhava que tinha filhos gêmeos. SEMPRE.

Com 4 meses de casamento 'decidimos' começar a tentar. Digo 'decidimos' porque minha receita para o anticoncepcional caducou e eu não voltei na minha GO e meio que ficou por isso mesmo, se vier neném veio, se não vier, tudo bem também. Cinco meses depois o tão desejado positivo surgiu! Teríamos nossa família! Agora a torcida por gêmeos passou para a família, tanto a minha quanto a dele. Todo mundo me perguntava: “Será que são dois?” “Vai que vem dois aí?” e eu sempre na defensiva: “ Não gente, capaz, parem com isso!” Até o meu marido virou pra mim e disse: “Pare de negar, vai que são dois mesmo, aí vão ficar magoados com a mãe não querendo eles!”. Mas minha posição na defensiva era mais por proteção. E se fosse um só? Eu ficaria desiludida? Eu estava feliz; podia ser um bebê só! rssss

Lógico que existiam alguns 'indicativos' de que não era só um bebê... eu comecei a sentir os sintomas da gravidez uma semana antes do atraso, muito cedo, e só fui fazer o exame de BetaHCG com 10 dias de atraso... Sei lá, me deu uma coisa, um medo de ser mãe... parecia que o sonho era tão real e palpável que um receio surgiu... Quando fiz o exame a mocinha colocou como urgente, para sair às 22h daquele dia mesmo, mas nós não tínhamos internet em casa. E agora? Pedir para os meus pais é que eu não ia, não queria criar falsas expectativas neles e nem deixar claro que estávamos tentando, ninguém sabia, na verdade. O jeito foi ligar para a Ju, que estava lááá no Rio, para ela ver para a gente. Foi ali, naquele momento, que nasceu a dinda das meninas. E também a primeira vez que eu ouvi alguém dizer que 'só pode ser dois, Roberta". Os exames estavam indicando que os hormônios estavam muito altos... sinal de duas placentas... A barriguinha começou a arredondar também, mas a moça aqui é meio cheinha, então foi lógico pensar que eu só engordei um poquinho...
E lá fomos nós para o primeiro ultrassom, com 8 semanas. Quando a imagem apareceu, antes mesmo da médica falar qualquer coisa, eu vi os dois saquinhos! Comecei a chorar, eram dois! O Marcelo não entendeu nada, achou que tinha algo errado. Imagina, a esposa começa a chorar do nada e a médica vira, com uma cara de paisagem e diz: “Eu tenho uma notícia pra dar”. Depois, ele me contou que entendeu: “Eu tenho uma MÁ notícia pra dar”. Pausa e com cara de paisagem: “São dois”. Era o momento mais feliz da minha vida e ela me dá a notícia como se fosse um pesar? A médica me explicou que um dos embriões poderia regredir porque o tamanho dele e do saco gestacional eram menores, claro que isso é uma realidade, mas não gostei do tom dela e troquei de ultrassonografista. Na hora de comunicar à família foi aquela festa. Na família do Ma os últimos gêmeos eram ele e o irmão, e na minha fazia um bom tempo que não vinham gêmeos. Eu e o Marcelo ficamos radiantes, em 9 meses íamos dobrar a família!
Comecei a tomar progesterona para não perder os bebês e me foi permitido pouco esforço. O Marcelo e toda a família me achavam uma exagerada porque eu não queria andar muito nem fazer o serviço doméstico, mas o medo de perder os meus bebês era grande e eu não queria dar chance ao azar. Com 9 semanas tomei meu primeiro susto. Comecei a ter dores fortes nas costas (no meio do casamento da Rogéria! O casamento foi lindo, mas uma tortura!) e embaixo da barriga e os exames de rotina acusaram uma infecção urinária. Quando eu, inocente, perguntei para a minha médica quais os riscos, ela placidamente respondeu: aborto. Tomei antibiótico, a infecção regrediu e não surgiu mais.
O maior problema, agora, é que a gente morava lá onde Judas já nem se lembrava de quando tinha botas. Eu pegava 4 ônibus para ir e mais 4 para voltar do trabalho. Todos cheios, socados. Em dias de muita sorte eu ia sentada em 2 ou 3 deles. Como é que eu ia fazer com uma gravidez de risco? Antes da barriga aparecer ninguém me daria lugar e depois de grande como é que eu ia batalhar para entrar no ônibus sem me machucar? Decidimos nos mudar e conseguimos um apartamento muito bom, com elevador e um ponto de ônibus na frente. Se não fosse isso acredito que teria parado de trabalhar com umas 15 semanas no máximo.
Na ecografia de 13 semanas tomei meu segundo susto, a dopplervelocimetria acusou presença de fluxo reverso no ducto venoso no bebê 2, que pode estar associado a anomalias genéticas, mas como a translucência nucal deu normal, a médica achou melhor repetir o exame em 15 dias e me tranquilizar, já que a presença do fluxo isolado poderia não ser nada. Como os fetos tinham uma diferença de tamanho de 2 dias, dentro do normal para gemelares, eu fui autorizada a fazer esforço e parar com a progesterona. Com 16 semanas veio a notícia de que seriam duas meninas! O bebê 1 era a Carol e o bebê 2 a Beatriz! E também veio o terceiro susto. A Beatriz cresceu o relativo a 2 semanas e não a 3 semanas, como era o esperado. Alguma coisa estava errada. Àquela altura não havia como saber o que estava acontecendo. Havia o fluxo reverso, mas só de posse desse dado a médica não tinha como tirar conclusões e os outros parâmetros estavam normais. Para tudo. Como não tínhamos como saber o que estava havendo, a médica me orientou a não fazer qualquer esforço, apenas o mínimo necessário, e dessa vez tive apoio incondicional do Marcelo. Ele até ficava bravo comigo quando eu levantava para pegar alguma coisa. Que eu pedisse a ele, oras.
Mas agora que começaram os sustos eles não pararam mais. Todo ultrassom mostrava que a Beatriz crescia pouco. Eu, o Marcelo e minha médica conversávamos sobre parto prematuro caso o útero não fosse mais um ambiente seguro para as bebês, e a minha médica disse que tentaríamos segurar pelo menos até a semana 28. Acho que foi nessa altura que meu mundo caiu. Antes ele estava só desmoronando, mas eu ia lá, pesquisava tudo o que podia e o que não podia na internet e me acalmava. Ouvir e constatar pela primeira vez "Roberta, as chances de elas serem prematuras é grande." foi muito dolorido. Meus sonhos com minhas meninas começarem a se mesclar com imagens delas na UTI foi aterrador. Mas ainda concentrava forte meus pensamentos em 'não, isso não vai acontecer".

Com 22 semanas descobrimos a possível causa do crescimento restrito: AUU, artéria umbilical única. O cordão umbilical dos bebês deve ter duas artérias e uma veia, mas o cordão umbilical da Beatriz tinha apenas uma artéria. Quais as consequências? Poderia ser apenas a AUU isolada e o único problema seria o tamanho do bebê, mas em geral a AUU está associada a alterações cromossômicas, disfunções renais, cardíacas etc... Além disso a placenta não havia sido bem implantada, então o fluxo sanguíneo que já era baixo por conta da AUU era menor ainda por conta da placenta afilada e mal implantada. E ainda esse exame acusou um osso nasal hipoplásico, ou seja, menor do que deveria ser, com n anomalias associadas ou poderia ser apenas consequência dela ser um bebê pequeno... Eu descartei uma amniocentese por causa do risco de aborto. Saber de alguma anomalia cromossômica não valia o risco de perder minhas meninas.

Eu comecei a ficar bastante ansiosa, ainda trabalhava indo e voltando de ônibus e comendo um monte para desestressar, engordei 4 quilos em um mês, tomei um pito da médica e pedi para parar de trabalhar. Afinal, a Carol sempre se desenvolveu bem, como se fosse um bebê único, as ecos para ela eram praticamente de “bonito”... rssss Mas a Beatriz continuava crescendo pouco. Com 23 semanas eu entrei em repouso relativo de verdade, deitava somente do lado direito porque a placenta da Beatriz estava do lado esquerdo e assim eu facilitava o fluxo sanguíneo para ela. A Carol aguentou bravamente ser espremida, e u virava só um pouquinho pra esquerda e já voltava para a direita. Exames complementares descartaram grandes anomalias, bem como riscos cardíacos e renais, o que foi um alívio.

Com 30 semanas o
utro susto: a placenta da Beatriz estava amadurecendo rápido. Já estava no grau II-A, e se amadurecesse demais, a minha bebê poderia parar de receber alimento. As coisas se mantiveram dessa forma até as 32 semanas; a Carol muito bem, a Beatriz dando sustos e a minha saúde ótima. Até que eu desenvolvi PUPP, Pápulas Urticadas Pruriginosas da Gravidez. O meu corpo inteiro ficou com um “grosseirão” e bem vermelho. Além disso uma coceira horrível tomou conta de mim. Eu entrei em desespero. Chorava o dia inteiro. Fui parar em um pronto-socorro obstétrico onde foi constatada a alergia e tomei duas injeções de corticoide que serviram não só para mim, para me ajudar a melhorar da alergia mas também para elas, para ajudar a desenvolver seus pulmõezinhos. Melhorar muito a coceira não melhorou, mas as in flamações na pele diminuíram, como consolo os médicos me avisaram que com o parto a alergia iria embora. E eu me via, chorando, desejando o parto... Não queria minhas meninas prematurinhas, mas a gravidez tomou um certo ar de tortura... A parte de deitar de um só lado, não conseguir levantar sozinha, comer bem pouquinho porque não cabia com ida eu não me importava, mas a coceira de eu chegar a arrancar sangue da pele me enlouquecia...
A essa altura eu já havia compreendido que iria ser uma mãe de UTI. Ainda que eu conseguisse levar a gravidez até as 37 semanas, a Beatriz seria muito pequena, um bebê PIG - pequeno para idade gestacional - podendo ou não ter sequelas ou disfunções. Pesquisei bastante sobre UTIs neo, conversei com a minha médica, discuti bastante o assunto com meu marido. Por fim decidimos ter as meninas em um hospital que não faz método canguru, que tem acesso restrito dos pais ao bebê, mas no qual a minha médica se sentia bem, além de ter uma equipe na qual ela confia, afinal o parto era de risco e para que a Beatriz conseguisse chegar à UTI ela precisava primeiro sobreviver ao nascimento. Essa preparação foi fundamental para o período no hospital. Acredito que a minha aceitação e compreensão de tudo que aconteceu após o parto seria mais difícil sem isso.
Com 35/4 semanas fui para a última ecografia. As meninas estavam bem, as placentas maduras grau II-B, os fluxos sanguíneos ótimos. Eu poderia sustentar a gravidez por mais duas semanas tranquilamente e talvez a Beatriz nem fosse pra UTI, talvez ela ficasse internada no berçário! Do laboratório fui direto para o consultório da minha médica para entregar os exames e conversar com ela pois eu acreditava que estava perdendo o tampão e sentia que as contrações de Braxton Hicks estavam mais fortes e frequentes, (numa frequência de quase meia em meia hora, às vezes de 2 em 2 minutos, às vezes paravam por um longo tempo). É, eu estava entrando em trabalho de parto. Minha médica marcou o parto para o dia seguinte, e dia 4/5/11 às 17:25h começou a minha segunda vida.
A Carol veio ao mundo chorando, às 17:25h com 2,480kg e 47cm, perfeita, linda e carequinha. Toda a equipe riu, o clima na sala estava ótimo e o parto indo super bem. Às 17:26h a Beatriz chegou com 1,630kg e 38cm, perfeita, linda e carequinha, mas molinha e sem qualquer reação. Um silêncio angustiante tomou conta da sala de parto e eu só vi a pediatra sair correndo com a minha pequena. O Marcelo e eu sabíamos que isso poderia acontecer. Fizemos um curso para pais e tínhamos consciência das manobras de salvamento. Ficamos esperando ansiosos pelas meninas e nada. O hospital estava uma confusão, muitos partos acontecendo ao mesmo tempo. Depois de um tempo trouxeram a Carol para nós conhecermos e nada da Beatriz, perguntei quanto tempo tinha passado e o Marcelo disse que fazia só 5 minutos, que eu estava sem noção do tempo por causa da anestesia. E era verdade, já tinha passado quase 15 minutos, mas eu acreditei nele, se ele estava calmo, eu ficaria calma. O Ma foi de uma sensibilidade maravilhosa, ele viu as meninas nascendo e viu a Beatriz mole, segurou o choro por mim, ficou ao meu lado dizendo que me amava e me dando carinho. Mas perceberam que ele estava há muito tempo na sala e o retiraram. Depois de muito tempo (que eu grogue da anestesia não sei quanto tempo foi) finalmente me trouxeram a Bê. A pediatra me explicou que por causa do peso dela ela iria para a UTI, e que depois no quarto conversaria comigo.
Me levaram para o quarto e o Marcelo e a minha mãe foram para a UTI ver a Beatriz enquanto eu recebia a Carol. Foi meio estranho conhecermos nossas filhas separados, todo aquele sonho de parto perfeito, do casal recebendo o bebê rodeado da família foi transformado em um parto tenso e em uma ansiedade de saber se estava tudo bem com o bebê que ainda não tínhamos visto. Fiquei no hospital com a Carol por 5 dias esperando ela começar a engordar. Com as enfermeiras espetando a coitadinha de 3h em 3h para avaliar a glicemia e dando complemento de Nan. Finalmente, quando meu leite desceu bem, comecei a também esgotar leite para a Beatriz.
Mesmo tendo me preparado foi difícil entrar na UTI pela primeira vez e ver minha pequena na incubadora sem poder tomá-la em meus braços e beijá-la. Confesso que amamentar, beijar e ninar uma e não poder fazer o mesmo com a outra foi frustrante e me abalou muito, ainda que eu soubesse que isso iria acontecer. Durante o final da gravidez eu havia lido um artigo que dizia que você deve evitar chorar dentro da UTI, pelo seu bebê e pelas outras mães, afinal todos estão fragilizados. Mas acho que a mamãe da bebê que estava ao lado da Bê não leu o mesmo artigo, pois ela desandou a chorar, e eu também não aguentei e desabei. Mas eu precisava desabar. Suportei estoicamente cada má notícia que recebi durante a gravidez (não queria ficar nervosa e afetar as meninas), suportei os cinco meses de repouso relativo e os dois de repouso absoluto, ter que esperar meu marido voltar do trabalho para me levar ao banheiro e me dar comida, lidei com o medo de um parto prematuro de emergência e, por fim, a PUPP no último mês que me deixou quase louca. Eu racionalizei cada momento, contava as semanas, 'mais uma, mais uma, ao menos mais uma', calculava as probabilidades de sobrevivência das meninas a cada semana que passava. Eu realmente havia chegado ao ápice do suportável e não aguentei mais: chorei, chorei e chorei.
Os meus sentimentos eram confusos, me sentia vitoriosa pela gravidez ter ido até as 36 semanas e só a Beatriz precisar da UTI. Por outro lado me culpava por ter ficado feliz com o parto, por ter finalmente conhecido minhas meninas e me livrado da PUPP. Como é que eu podia ter ficado feliz se a minha pequenininha estava longe de mim? Se ela só podia ouvir minha voz e sentir meu amor por pequenas duas meias horas por dia? Meu marido me dava apoio e me lembrava que eu tinha o direito de ter ficado feliz, que o parto tinha sido um momento tão esperado, que eu já estava sofrendo demais com o barrigão e a alergia e que daqui a pouco teríamos a Bê em casa.
E para a nossa felicidade a Bê era a princesinha da UTI, perfeitinha (mesmo sem a unha do mindinho do pé!), sem nenhuma anomalia, calminha. Os médicos sempre falavam que era só engordar, ter paciência e esperar, que estava tudo bem com a minha 'come dorme'. Nos primeiros cinco dias eu deixava a Carol no berçário e ia visitar a Beatriz, nos sete dias seguintes eu deixava a Ól à tarde com a minha mãe e à noite meu marido ia visitá-la. No 13° dia eu pude finalmente pegar a minha Beatriz no colo, cheirar, beijar, tentar acordar, ensinar a mamar. Daí até o 17° dia eu ia à tarde e à noite ver minha menininha. Pelas regras do hospital eu poderia ir de 3h em 3h para ensinar a Bê mamar mas onde eu iria deixar a Ól? O hospital não tinha um local adequado para as mães, nem uma salinha com TV ou sofás confortáveis, onde eu não ficasse à toa remoendo a saudade das minhas meninas e a culpa de eu mesma não ser duas. E eu também não podia ficar no hospital com a Carol esperando pela visita. Eu chorava a noite inteira abraçada com uma pequena pensando na outra. Eu ia para o hospital com o coração apertado por ter que deixar uma para ver a outra... Fui julgada na UTI por não ir nos dois horários do dia, julgada por não ficar plantada numa poltrona desconfortável esperando para entrar de 3h em 3h. Afinal quem deveria ser minha prioridade? A pequena que precisava de mim na UTI ou a que estava saudável em casa? As duas, oras! A falha era do hospital que não me permitia acompanhar as duas dignamente, e não moral minha. Se ao menos os horários não fossem tão restritivos eu poderia passar a tarde e a noite inteiras com uma e a madrugada e a manhã com a outra. Além disso, como assim a minha filha não estava sendo assistida pela mãe? E o pai não conta? Nós nos revezávamos não só por uma questão prática, mas principalmente por AMOR. Pelo amor que ambos sentimos pelas nossas filhas entendemos que nós dois tínhamos o direito de acompanhar a Bê no hospital e como a Ól estava em casa só com revezamento isso era possível. Isso me magoou muito. As falhas me revoltaram e me revoltam até hoje. Houveram também outros problemas, mas eles não cabem aqui, outra hora eu falo sobre isso.
Finalmente, depois de 17 dias, tive minhas bonequinhas juntas nos meus braços. Eu achava que estava preparada para a UTI e para cuidar de dois bebês. Que redondíssimosenganos! rssss O que eu não contava em relação à UTI era o amor de mãe, que sufoca a gente de saudade e culpa. E cuidar das meninas!? Tivemos que aprender a cuidar de duas crianças, administrar a casa, os horários. Morria de medo de ficar sozinha com elas... e se uma vomitasse enquanto eu trocava fraldas da outra? O que fazer com as duas chorando ao mesmo tempo? Mas tudo a gente aprende, se adapta, acostuma. Hoje eu e meu marido, que é o melhor companheiro que eu poderia ter, damos conta do recado muito bem. Batemos cabeça sim, demos mamá para a menina errada, trocamos duas vezes a fralda da mesma criança, brigamos - de tanto sono - no meio da noite tentando decidir quem cuidava de quem. Mas sobrevivemos. Felizmente tivemos bastante ajuda da família, avôs e avós de prontidão para ajudar nos primeiros meses.
Agora a vida continua, dia após dia, mês após mês e, daqui a pouquinho, ano após ano. E tudo isso eu continuo depois... Afinal esse post já ficouenoooorme! E obrigada por ler até aqui! rssss